


BRUNO SANTA CECÍLIA (MG)

PALESTRA GRUPO TEMÁTICO - Lugar, projeto e Arquitetura - 24/04/2014
Arquitetura e a construção da paisagem
Arquiteto e urbanista graduado pela EA|UFMG (2000), doutorando (2012) e mestre (2004) em teoria e prática do projeto pela mesma instituição. Sócio titular do escritório Arquitetos Associados desde 1999, cuja obra tem obtido destaque em diversos concursos e premiações e sido divulgada em revistas e exposições nacionais e internacionais. É professor de Projeto Arquitetônico na EA|UFMG e na Universidade FUMEC.
Palavras-chaves: arquitetura brasileira, paisagem, tectônica
Ao longo dos cinco séculos da ocupação do território brasileiro, a natureza compareceu como algo a ser superado. Essa dominação da natureza sempre esteve culturalmente associada a uma ideia de progresso social e material. A condição moderna brasileira se constitui, portanto, pela substituição da primeira natureza por uma paisagem artificial definidora de nossa identidade nacional. Ainda assim, partindo de uma sensibilidade singular em relação à conformação física do território, a arquitetura brasileira é rica em exemplos de como os edifícios podem se fundir à paisagem e redefinir as qualidades de um lugar. Especificamente em Minas Gerais, a paisagem adquire uma presença muito forte e que não pode ser ignorada. Historicamente, a topografia do Estado moldou as cidades e se tornou uma condição permanente a ser enfrentada pelos arquitetos. Nesse contexto, a arquitetura deve ser capaz de fornecer uma resposta positiva à geografia do território e amplificar a presença da paisagem. Como ensina Paulo Mendes da Rocha, a arquitetura deve ser capaz de amparar a imprevisibilidade da vida. Isso significa uma recusa total ao funcionalismo ou à arquitetura como uma reação imediata a um programa. Esse tipo de abordagem não funcional opera ampliando a vida útil dos edifícios, permitindo que os espaços se modifiquem ao longo do tempo.

