A economia globalizada proporcionou a expressão da arquitetura em linguagens cada vez mais internacionais. Ao mesmo tempo, também proporciona os chamados “nós logísticos”, que ligam duas cidades distintas e distantes, possibilitando às pessoas uma relação mais intensa com os espaços públicos de outras cidades e com esses próprios nós logísticos, em detrimento dos locais onde vivem. Essa economia acaba por instalar o pensamento de criar castas superiores de mobilidade que evitem os congestionamentos e malefícios da vida urbana. A partir desse raciocínio, evidencia-se uma grande diferenciação dos investimentos nas cidades. São criadas áreas de marginalidade e os investimentos se concentram em aeroportos que mais funcionam como áreas de compras ou centros culturais. Migrando atividades que poderiam estar em centros históricos para os nós logísticos de mobilidade, criando uma convivência em escala mundial. Enquanto os nós prosperam, os espaços urbanos minguam. As cidades estão sendo formadas por alguns arquipélagos da fantasia. São condomínios fechados, verdadeiras cidades dentro das cidades. O futuro proposto que se desenha é o da desigualdade. Cada dia o comércio de rua se encontra mais degradado. A reflexão proposta trata do papel do arquiteto como essencial para a recriação desse futuro, que está sendo construído hoje, repensando a cidade racionalmente.