As ruas deixaram de ser um ponto de encontro e passaram a ser um local de passagem. Mesmo com lei federal estabelecendo prioridade para transporte não motorizado, transporte coletivo, integração entre modais e diversas alternativas, vivemos a mobilidade baseada em rodovias e veículos particulares. Com foco no Ceará, a palestra abordou a instalação de metrôs na capital e no interior como substituição para o atual paradigma. O projeto do Metrô de Fortaleza (Metrofor) foi iniciado na Região Metropolitana de Fortaleza com base no modal ferroviário. Com objetivo de tornar-se um elemento estruturador e o modal rodoviário um alimentador, seis percursos foram planejados. Em cada um, de acordo com a vocação do terreno, há três tipos de estações: na superfície, elevada e subterrânea. Cada estação busca requalificar os bairros. A primeira linha construída foi a Sul, ligando Fortaleza à Pacatuba em 24 quilômetros, funcionando, atualmente, em operação assistida. A linha oeste opera em Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e recebe o ramal Caucaia-Pecém para atender a demanda atual da zona portuária. A linha leste cresceu com as mudanças de uso do espaço urbano, mudando o destino final do centro para essa região. Também está em construção o ramal Parangaba-Mucuripe e a linha que encerrará o anel ferroviário. No interior, cidades de Juazeiro do Norte e Sobral estão recebendo as obras do modal. Em ambos os casos busca-se a alimentação das estações de integração pelo sistema municipal de transporte. No final do processo, serão 70 quilômetros de linhas de metrô.