Por volta da metade dos anos 70, houve um ponto de transição antes do qual a arquitetura era respeitada e influente, conseguindo ajudar a definir empreendimentos públicos e privados. A partir deste ponto, porém, começou a ocorrer uma perda evidente de prestígio e de relevância da profissão, até o momento em que o arquiteto passou a ser apenas uma engrenagem de uma máquina enorme que segue valores de mercado, orientada pela propaganda e pelo marketing. Isso levou a uma desorientação da prática do ensino e à falta de critérios, em que nem mesmo as obras públicas valorizam a arquitetura. Boa parte da responsabilidade é dos arquitetos que, na segunda metade do século XX, abandonaram a tradição moderna, a técnica como substância e os critérios para determinar o que está bem e o que está mal. Chegou-se a uma situação em que pode-se dizer que há um desequilíbrio entre dois caminhos a se praticar: a arquitetura de ofício e a arquitetura do espetáculo. A primeira trabalha a favor da cidade, enquanto a segunda é centrada no objetivo individual, logo é “anti-cidade”. O ensino da arquitetura deve basear-se no conhecimento acumulado, que, embora não recupere o prestígio da profissão, melhora o nível dos profissionais. 

Palavras-chaves: arquitetura de ofício, arquitetura do espetáculo, ensino superior