As cidades nasceram para oportunizar os intercâmbios. Escolhemos morar em cidades porque queremos promover trocas e essas trocas demandam cenários que vão desde os espaços da privacidade até o espaço da comunidade, que são os domínios públicos. Entende-se como domínio público aquele espaço utilizado para o encontro de pessoas não conhecidas. Formam um conjunto do espaço público as ruas, praças, parques, espaços naturais, dentre outros. Desde que começamos a viver nas cidades esse conjunto é permanente e necessário. Nunca se falou tanto em mobilidade urbana, um termo originário da atividade de urbanismo que designa um padrão de procedimento técnico, compartilhado com a engenharia e outras especialidades. Esse termo popularizou-se pela mídia brasileira por causa da Copa do Mundo e causa certo incômodo, pois a população acaba tendo a ideia de que estava sendo feito um grande projeto de mobilidade urbana, no Brasil - o que não é verdade. A mobilidade urbana serve para designar um propósito e uma expectativa dentro da intervenção da cidade que é a busca pela recuperação da capacidade democrática de ter acesso às oportunidades que são abrigadas nas estruturas físicas da cidade. Nesse sentido, a meta da mobilidade urbana é desenhar e redesenhar a cidade para, um dia, obter a redução da necessidade de viajar e da dependência do transporte motorizado. Uma cidade existente é uma obra que envolve muitos esforços, durante muito tempo. Portanto, há interesse que ela seja, primeiramente, compreendida para podermos trabalhar a convivência com ela.