Diante de um cenário de descaso à conservação da arquitetura e do urbanismo na cidade de Recife, surgiram projetos e ações na cidade para combater as perdas e descaracterizações de construções importantes para a memória dos cidadãos. Sete grandes desafios foram encontrados para a conservação da arquitetura moderna, assim como foram definidos cinco eixos de atuação para reverter o quadro de abandono. Entre os desafios destacam-se: obsolescência funcional dos imóveis; a falta de manutenção; dimensão urbanística; o não reconhecimento desta arquitetura como um bem a ser preservado. Em cada um dos desafios há situações específicas. Entre elas, a funcionalidade comprometida pela especialização dos edifícios; a crença de que as estruturas modernas dispensam manutenção e ainda a questão da adaptação dos conjuntos habitacionais às transformações sociais, tais como envelhecimento, enriquecimento ou empobrecimento da população. Para solucionar, primeiro, é preciso investir em capacitação. O arquiteto deve reconhecer a especificidade do bem, entender seus valores e propor soluções para a conservação. Segundo, é preciso estar envolvido com projetos de recuperação, participando ativamente das ações de conservação. Terceiro, a proteção aos antigos acervos e projetos de escritórios de arquitetura. Em quarto, as ações em prol do tombamento de obras modernas como ferramenta de proteção. Por fim, há ainda a necessidade de pesquisar sobre a produção da arquitetura moderna em nossas cidades para melhor conhecer esse patrimônio. Para cada uma dessas ações, já existem boas iniciativas em Recife, como cursos de especialização, o projeto de reabilitação do Ginásio de Esportes Geraldão, o inventário de Janete, assim como ações em termos de tombamento e pesquisas e orientações acadêmicas.