Palavras-chaves: modernização, isolamento, urbanização

Um olhar integrado da vida humana deve ser a inspiração para o cotidiano do exercício profissional dos arquitetos e urbanistas. O profissional deve olhar para os arredores das cidades a fim de pensar em bons projetos arquitetônicos. É necessário ter sensibilidade para entender que a maior qualidade de um projeto não é a sua perfeição, pois essa não existe de fato, mas sim a beleza que está em suas imperfeições, como em uma jangada que ao longo do tempo começa a mostrar sinais de envelhecimento e revelar sua verdadeira história.

O produto também não pode ser pensado em algo eterno, ele deve servir seu propósito no tempo necessário, como um abrigo de troncos e telhado de praia que é usado e eventualmente se transformará em ruínas até desaparecer. A natureza poética da atividade também precisa ser lembrada através da finitude. Tudo que está finalizado chegou ao fim. Assim como um homem que terminou sua missão, a obra também quando se diz concluída, está morta, destruída e sem vida. A diversidade pode ser a chave para salvar as cidades modernas, pois é através dela que se faz uma cidade bela com diferentes qualidades, objetivos e cores. Cabe ao espaço público e ao vazio integrar a cidade, entrelaçando os edifícios. É necessário haver uma transformação na mente das pessoas para que as cidades funcionem e não morram como templos ao isolamento. A sociedade precisa pensar em cuidar da cidade como se fosse sua, o que de fato é. Não basta apenas cuidar das próprias casas e não se empenhar na manutenção diária e na limpeza dos espaços públicos. Muitos caem no erro de cuidar apenas do que há da rua para dentro, esquecendo-se que o espaço público é de todos e deve ser preservado por todos, uma vez que ele não é responsabilidade apenas dos órgãos governamentais, e sim de toda a sociedade.