


GUNTER WEIMER (RS)

PALESTRA GRUPO TEMÁTICO - Habitação - 23/04/2014
Arquitetura popular brasileira
Arquiteto formado pela UFRGS, em 1963; Mestre em história da cultura pela PPG em história da PUC-RS, em 1984; Doutor em arquitetura pela FAU-USP, em 1991; professor titular aposentado da FA-UFRGS, do Centro de Tecnologia da UNISINOS e da FAU-PUC-RS. Autor de cerca de 30 livros de autoria exclusiva e de aproximadamente 80, em colaboração.
É consenso entre os arquitetos que somente menos de 5% das construções teriam a autoria destes profissionais. Certamente a parte mais substanciosa dos 95% restantes é constituída pela arquitetura dita popular. Diante desta concepção, parte-se da premissa que uma abordagem fundamentada sobre a arquitetura popular de nosso país deveria partir do uma formação híbrida das três culturas primordiais: a indígena, a portuguesa e a negra. Os estudos desenvolvidos pelo arquiteto e urbanista Günter Weimer começaram pelas características da arquitetura africana e da indígena e, depois, a portuguesa. Esta ordem decorreu do fato de que entre as duas primeiras, a africana era a que apresentava uma bibliografia mais extensa. A contribuição portuguesa foi deixada em terceiro lugar, pois parecia imprescindível conhecer as duas primeiras antes de entrar no exame da terceira para não incorrer em equívocos correntes e amplamente aceitos. Os resultados dos estudos sobre a arquitetura africana estão sendo publicados pela editora da PUC-RS, sob o título “Inter-relações afro-brasileiras na arquitetura”. Nesta obra, pretende-se demonstrar que grandes equívocos estão sendo cometidos no que diz respeito a esta vertente de nossa cultura arquitetônica. Está sendo concluída outra investigação sobre as origens siberianas da arquitetura indígena, de como ela foi transladada para o continente americano e como ela se adaptou ao meio sul-americano. Este estudo abriu o caminho para a compreensão de uma evolução independente tanto da arquitetura como das primeiras formações urbanas. A par das influências que estes estudos estão trazendo para uma reavaliação das influências lusitanas em nossa formação arquitetônica, eles dão conta de três evoluções completamente distintas e independentes entre si, que confluíram em nosso país para formar um universo arquitetônico que coloca em xeque muitos princípios tidos como fundamentais.
Palavras-chaves: Arquitetura popular, Arquitetura afro-brasileira, Arquitetura indígena


À esquerda, “Casas de origem trihíbrida, nas margens do Rio Negro, na cidade de Manaus.” Ao lado, “Habitações Charruas das regiões pampeanas e de origem remota dos Montes Urais situados na divisa entre a Europa e a Ásia.”