O grande desafio para incorporar o planejamento urbano no Ceará e no Brasil, é a mudança de cultura e de processos de gestão, no que diz respeito ao compromisso e responsabilidade na construção das cidades. Nossa Constituição Federal coloca questões básicas como o direto à cidade e à habitação, mas a arquitetura não é entendida, até hoje, por nenhum dos gestores das diversas tendências ideológicas, como uma atividade de Estado. Os planejamentos são feitos somente para a gestão de um governo ou, no máximo dois. Evidentemente, existem exceções e muita coisa interessante se observa na construção de algumas cidades brasileiras, mas a regra geral é desconsideração das obrigações constitucionais. Poucos municípios no País possuem planejamentos e planos diretores. Arquitetura e urbanismo são espaços construídos a serviço do homem e utilizados por ele. Esses espaços, se não forem utilizados, não têm sentido. A grande questão é saber como mudar o comportamento dos gestores que dispensam os planejamentos e fazem dos planos de governo a decisão de conduzir o processo de desenvolvimento das cidades. É preciso que seja feita uma ação contundente para esclarecer a população a respeito da necessidade dos arquitetos e urbanistas participarem do processo de ajuda na construção do espaço urbano