O processo de urbanização das cidades brasileiras, em especial as metrópoles, apresenta déficit habitacional que em geral corresponde às classes de menor renda, constantemente empurradas para as áreas mais precárias. Este processo de exclusão sócio espacial deixa marcas expressivas em nossas cidades, com a presença de favelas e loteamentos irregulares que representam cerca de 30% dos moradores de cidades como São Paulo e São Bernardo do Campo. As formas de intervir em assentamentos precários consolidados pressupõe a adoção de alternativas de projeto que considerem as preexistências territoriais, em suas potencialidades e limitações. Ao propor a urbanização de um assentamento precário objetiva-se integrá-lo à cidade, dotá-lo da infraestrutura urbana, qualificá-lo como ambiente que propicie o desenvolvimento do indivíduo em sociedade. Há três experiências interessantes, que trabalham na perspectiva da transformação de condições sócio espaciais, que reforçam o direito à inclusão social. No Residencial Corruíras, conjunto com 244 unidades habitacionais construídas em São Paulo, a solução para implantação dos edifícios explora o desnível acentuado do terreno, visando garantir equilíbrio entre densidade construtiva-populacional, bem como sua composição com os espaços de uso coletivo livres e edificados. O projeto do Complexo Cantinho do Céu, em São Paulo, revela a importância do espaço público e coletivo para a população local, transformando-o no instrumento principal para a qualificação do bairro. E no projeto de urbanização integrada dos assentamentos Areião, Vila dos Estudantes, Monte Sião e Sabesp, em São Bernardo do Campo, ressalta o processo de trabalho realizado com a participação efetiva da população em todas as suas etapas.