Para se pensar estratégias urbanísticas específicas para o Brasil, como as aplicadas em Curitiba, não importam modelos que não se adequam ao clima tropical predominante no País. Cada região deve pensar e organizar suas cidades. A partir da vontade da sociedade, é preciso pensar o território e planejá-lo de forma a impulsionar a economia. Entre as boas práticas da aplicação dessas estratégias, conforme as especificidades das cidades, está o projeto para Praça da Bandeira em São Paulo. De 1810 a 2010 a natureza se escondeu no meio do concreto. O projeto, um dos vencedores do concurso “As Cidades Somos Nós”, reorganizou o espaço, repensando todos os fluxos. Priorizando ônibus, pedestres e bicicletas e utilizando o rio navegável para transportar entulho ou lixo, a capacidade viária da proposta ficou ainda maior que a capacidade atual, facilitando ainda a construção. As alterações nas vias também não podem ser limitadas. Ao reduzir a velocidade máxima permitida em uma via como Avenida Paulista, onde passam 6 milhões de pedestres e 6 mil outras pessoas em veículos, tem-se como prioridade o pedestre. Porém, a alteração da velocidade também pede intervenção na geometria viária. As ciclovias também precisam ser pensadas como parte do sistema viário. É possível ir além da mobilidade e pensar a cidade como um todo, longe das pretensões eleitorais de curto prazo que podem embargar o planejamento e os projetos urbanísticos. O espaço público pode ser um espaço lúdico, ocupado pela população.