


ROBERTO CASTELO (CE)

PALESTRA GRUPO TEMÁTICO - Ética, formação e responsabilidade social
23/04/2014
Arquitetura como forma de produção
Arquiteto pela Universidade de Brasília, 1969. Projetos: Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, entre outros. Membro do Juri: Pavilhão do Brasil em Sevilha, Assembleia Legislativa do Distrito Federal, Centro de Convenções da Universidade de Brasília, entre outros. Professor aposentado do Departamento de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará.
Palavras-chaves: produção, objeto arquitetônico, processo produtivo
Trazer a existência ao que antes não existia é, por definição, produção. Produzir implica o ato ou o efeito de criar, gerar, elaborar ou, ainda, compreender o conjunto de todas as fases de realização de um determinado objeto. Arquitetura é, portanto, produção, e por isso, guarda suas especificidades. O homem obtém, na natureza, a matéria que melhor se adapta à elaboração do futuro objeto, incidindo sobre ela a instrumentação adequada à conformação desejada. Por esse motivo, os dicionários definem arquitetura como a arte de organizar e projetar espaços e edificações. Quando se fala em arquitetura, refere-se a um processo que implica a criação de espaços destinados a suprir determinadas necessidades do homem ou da coletividade. Como qualquer processo produtivo, o produto arquitetônico só conhece seu objetivo final no consumo. Mais especificamente, em seu consumo adequado, aquele que corresponde à natureza do objeto produzido: a casa para habitar, a cadeira para sentar e a faca para cortar. Ao produzir o espaço social, o homem nele imprime o selo de sua destinação. Isso implica que a causa primeira da existência do objeto arquitetônico repousa em sua ausência. Ou seja, sua materialização decorre de sua falta e é a consciência de sua inexistência que estimula e alimenta sua criação.