PALESTRA GRUPO TEMÁTICO - Patrimônio natural e construído - 23/04/2014

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Panorama da Arquitetura e do Urbanismo no Ceará de 1950 a 2010, uma visão patrimonial

Natural de Belo Horizonte, arquiteto e urbanista (CAUUFC, 1985), mestre e doutor em Arquitetura pela FAUUSP, professor da UFC, ex-presidente do IAB-CE e Conselheiro Vitalício do IAB.

Dividido por décadas, um levantamento sobre a trajetória da arquitetura e do urbanismo em Fortaleza – situado entre a segunda metade do século XX e início do XXI – aponta as condições sociais, econômicas e políticas que conduziram à expansão vertical, ao longo dos bairros Aldeota e Meireles. Traz à tona a derrocada do Centro como bairro administrativo, a polinucleação da cidade, bem como o próprio desenvolvimento da profissão de arquiteto e urbanista desde 1950. Sem constituir uma escola de arquitetura cearense, as manifestações edificadas de Fortaleza fundamentam-se em conceitos culturais exógenos no fazer do projeto, porém, com grande interferência modernista brasileira de diversas gerações. Destaque para a arquitetura brutalista cearense, esboçada em 1960 e afirmada como forte expressão em obras públicas na década seguinte. A crescente adoção da verticalização, mudando da estrutura unifamiliar para multifamiliar, favoreceu também a polinucleação da cidade. De um lado a consagração de Aldeota, Meireles e Água-Fria como bairros elegantes, do outro a ocupação irregular da porção oeste, realçando a desigualdade social. Entre os desafios futuros, estão: a consideração da arquitetura e urbanismo cearense como eminentes produtos culturais, dignos de valorização e proteção; a eliminação progressiva da desconexão entre as intervenções arquitetônicas e urbanísticas, efetuadas nas escalas urbanas e regionais; a criação de condições para que os profissionais de arquitetos e urbanistas terem seus serviços mais demandados, tornando-o menos como construção de monumentos e mais como profissional ligado ao cotidiano da produção do espaço urbano.

Palavras-chaves: arquitetura e urbanismo em Fortaleza, panorama histórico, desafios