


SÉRGIO MAGALHÃES (RJ)
PRESIDENTE DO IAB

PALESTRA MAGNA
22/04/2014
Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil. Arquiteto e Doutor em Urbanismo. Professor do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo -Universidade Federaldo Rio de Janeiro -UFRJ, Brasil. FoiSecretário Municipal de Habitação do Rio de Janeiro (1993-2000).

Palavras-chaves: cidade, urbanização, desenvolvimento, isolamento
Cabe aos arquitetos a função de desenvolver uma cidade definitiva e pronta, que ofereça condições para o desenvolvimento de uma nova sociedade igualitária. A ideia de conceber uma cidade que nasce e permanece imutável foi modificada após contestação dos profissionais da Arquitetura, ao se depararem com a beleza de uma cidade imperfeita. Pensando nesse contraste, é necessário que os arquitetos trabalhem pensando no que fazer com essa complexidade e dualidade.
A compreensão de que a incerteza é parteira de uma nova ética se faz extremamente necessária, exigindo um olhar desprovido de enquadramentos modelares em relação à multiplicidade de cidades. Ao mesmo tempo, a nova ética também exige um olhar cheio de interesse radical para superação das realidades iníquas que existem na cidade contemporânea, recomeçando um debate sobre a construção da cidade democrática. Entre os fatores que contribuíram para a desestruturação das cidades no século XX, está a priorização do transporte particular, ao invés de executar melhorias no transporte público. Outro fator é a falta de condições sanitárias básicas para a sobrevivência. Em 2010, 48% dos domicílios brasileiros não contavam com sistema de esgoto. A criação contínua e desenfreada de condomínios fechados também afeta o desenvolvimento das cidades, pois aumenta a sensação de isolamento ao criar pequenas cidades com instâncias privadas, dividindo o município em pequenos núcleos praticamente autossuficientes. Mais do que nunca o cidadão passa a se isolar, deixando de aproveitar a cidade como um todo e acabando com a interação em espaços públicos. Entre os desafios modernos para o arquiteto, ao pensar no conceito de cidade, podemos citar: o que fazer com os centros vazios, o que fazer com as estruturas ambientais segregadas, como levar a todos os cidadãos a disponibilidade de equipamentos e serviços públicos indispensáveis à vida contemporânea e como estruturar espaços cheios de vida em áreas vazias de cidade.